A PROMESSA DA SALVAÇÃO

"E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1.21).

Mateus 1.18-23.

18 - Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
19- Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente,
20- E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.
21 -E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22 - Tudo Isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz:
23- Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL (EMANUEL traduzido é: Deus conosco).

Introdução


A promessa da salvação é, para os crentes, a mais preciosa de todas as promessas das Escrituras, Ela é a maior prova da misericórdia de Deus e de seu infinito amor para com o homem ao providenciar-lhe o meio eficaz para que este fosse redimido seus pecados e obtivesse a certeza da vida eterna (Jo 5.24; 6.47; Ap 22.17). Essa é a sublime promessa que abre a porta para o cumprimento de todas as demais promessas de Deus em nossa vida.


A Necessidade da Promessa


1 - A razão da promessa :
A queda, como registrada em Gênesis, trouxe transtornos e males irreparáveis para a raça humana(Gn 3.17-19; Gl 3.21)Toda natureza passou a sofrer as conseqüências do pecado, que introduziu a morte no mundo e destituiu o homem de sua perfeita comunhão com o Criador (Gn 3.16-19) Entenda se morte, aqui, não apenas como a separação física dos entes queridos, mas, sobretudo, a separação espiritual e eterna de Deus (Rm 5.12). Esse é o efeito mais dramático da desobediência de nossos primeiros pais, já que Deus não os criou para a morte, mas para a vida. É tanto que a luta pela sobrevivência é algo inato em qualquer ser humano. Sua expulsão do jardim do Eden, todavia, é o símbolo perfeito dessa perda (Gn 3.22-24).

2 - A origem da promessa :
Deus, em seu infinito amor, presciência e soberania, como Senhor da história, proveu o Cordeiro para remir a humanidade perdida (Ap 13.8; 1 Pe 1.20). Seu primeiro ato após a entrada do pecado no mundo foi imolar um animal, derramar seu sangue e com a pele providenciar vestes para o primeiro casal (Gn 3.21). Sangue fala do meio para a redenção e vestes dos resultados, isto é. o usufruto da salvação (cf. Is 61.10, Jó 29.14; Ap 19.8; 3.18).
Com isso, estava inaugurada a era dos tipos, no Antigo Testamento (Cl 2.17; Hb 8.1-3), que apontaram ao longo das Escrituras para o grande momento da encarnação de Cristo, tal qual descrito por Mateus, "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29).
Deus é bom e justo (Sl 145.17). Ao mesmo tempo em que, no Éden aplicou sua justiça aos culpados, também demonstrou seu amor, como se vê em Gênesis 3. 15-21. Por isso, o Cordeiro de Deus é exaltado na consumação dos séculos (Ap 5,6-14).

3 - O propósito da promessa :
A promessa divina da salvação compreende:
a) a redenção do homem da escravidão do pecado;
b) a restauração da sua comunhão com Deus; e
c) a segurança da vida eterna com o Senhor na glória (Jo 5.24; 10.28,29; 6.37). Qualquer pecador pode ser salvo aqui e agora. Basta apenas arrepender-se de seus pecados e crer na suficiência da graça manifestada em Cristo Jesus (Rm 10,8-10)

O Caminho da Promessa

1 - A promessa através da Bíblia :
A promessa da salvação pontilha as Escrituras desde Gênesis, seja através dos tipos do Pentateuco, seja através dos personagens típicos que apontavam para a salvação, ou através dos conteúdos proféticos que apontavam para o dia em que Cristo nasceria de uma virgem, concebido pelo poder do Espírito Santo (v.l8; Ml 1.21-23),
Em determinados episódios bíblicos, como por exemplo, o milagroso livramento de Raabe da destruição das muralhas de jerico(Js 2,1-24: 6.17-25), a saga do casamento de Rute com Boaz (Rt 4.1-22), o ato destemido de Maria, viajando nos dias finais da sua gravidez de Nazaré para Belém, em cumprimento do vaticínio do profeta Miquéias (Mq 5.2), a promessa da salvação é reafirmada na história humana como um ato soberano da parte de Deus em favor do homem. É maravilhoso perceber isso em cada parte do Antigo Testamento. É reconfortante para a nossa fé.

2 - A promessa concretizada :
Antes de descrever o cenário da promessa da salvação com o nascimento de Cristo, Mateus faz questão de destacar a sua genealogia, no capítulo primeiro do seu livro, para deixar claro que esse acontecimento era o fiel cumprimento do que fora várias vezes reiterado nas profecias do Antigo Testamento. Veja que o próprio Deus cuidou para que José compreendesse a singularidade daquele evento de tal maneira que ele soube portar-se com zelo em seu cuidado para com Maria e em seu amor paternal (v.20).
Cristo, portanto, veio cumprir, na plenitude dos tempos, a promessa da salvação prefigurada no primeiro sacrifício realizado no Jardim do Éden e anunciada no primeiro pacto entre Deus e o homem registrado na Bíblia (Gl 4.4,5). Vale ressaltar, inclusive, que essa promessa fica explícita na própria anunciação, quando o anjo declara a José: "E ela dará a luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (v.21). Este é o sentido do vocábulo Jesus. Ele é a nossa salvação prometida!

O Alcance da Promessa

1 - O caráter peculiar da promessa :
A divina promessa da salvação não é um complexo conceito teológico que mais afasta o homem de Deus do que dEIe o aproxima. Essa promessa tem a ver com o recomeço do relacionamento com Deus desfeito pelo pecado e o recebimento de todas as bênçãos inerentes a ela nesta vida e no porvir.
A salvação implica, portanto, viver continuamente na presença de Deus, experimentar a sua graça aqui e agora e permanecer desfrutando de comunhão perfeita quando chegarmos ao céu. Desse modo, o contínuo e crescente relacionamento com Deus é o ponto culminante da promessa da salvação,
Este relacionamento começa a partir do momento em que livremente reconhecemos a promessa e aceitamos a Cristo como o meio de nossa reconciliação com
Deus (Os 6.3; Rm 5.8-11; 2 Co 5.18,19). É o instante em que somos justificados (Rm 5.1; 16-19), regenerados (Tt 3.5) e nos tornamos santos, segundo Deus (1 Co 1.2; Fp 1.1) e, ao mesmo tempo, buscamos, segundo a Palavra, a santificação diária pelo poder da graça de Deus (Rm 6.1-22; 2 Co 6.14-18; 7.1; 1 Tm 5.22). Fujamos, portanto, de todo e qualquer movimento que retira a eficácia da maravilhosa promessa da salvação em Cristo para pô-la em ritos que nada mais são do que fruto de corações vaidosos e arrogantes.

2 - O caráter universal da promessa :
A promessa da salvação foi feita indistintamente a todos. Esta é a razão pela qual o evangelho precisa ser pregado a todos os povos (Mt 28.16-20). A universalidade da promessa não significa, todavia, que todos serão salvos ao acaso. A vontade de Deus é que todos obtenham a salvação e cheguem ao conhecimento da Verdade (1 Tm 2.3,4).
O importante é que tudo já está pronto e preparado por Deus, mediante a encarnação do Verbo Divino e seu perfeito sacrifício expiador, que não exige de nós nada em troca a não ser a nossa convicta fé nEle, para a salvação, e como resultado desse ato, vivermos em novidade de vida (2 Co 5.1 7; Rm 6.4).

CONCLUSÃO


A promessa da salvação é, portanto, a porta de entrada para uma vida cristã frutífera consoante o propósito de Deus para o homem. Ela é parte essencial daquilo que Ele planejou para a raça humana até o tempo da restauração de todas as coisas (At 3.21).