"E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1.21).
2 - A origem da promessa :
Deus, em seu infinito amor, presciência e soberania,
como Senhor da história, proveu o Cordeiro para remir a humanidade perdida
(Ap 13.8; 1 Pe 1.20). Seu primeiro ato após a entrada do pecado no
mundo foi imolar um animal, derramar seu sangue e com a pele providenciar
vestes para o primeiro casal (Gn 3.21). Sangue fala do meio para a redenção
e vestes dos resultados, isto é. o usufruto da salvação (cf. Is 61.10,
Jó 29.14; Ap 19.8; 3.18).
Com isso, estava inaugurada a era dos tipos, no Antigo Testamento (Cl
2.17; Hb 8.1-3), que apontaram ao longo das Escrituras para o grande
momento da encarnação de Cristo, tal qual descrito por Mateus, "Eis
o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29).
Deus é bom e justo (Sl 145.17). Ao mesmo tempo em que, no Éden aplicou
sua justiça aos culpados, também demonstrou seu amor, como se vê em Gênesis
3. 15-21. Por isso, o Cordeiro de Deus é exaltado na consumação dos
séculos (Ap 5,6-14).
3 - O propósito da promessa :
A promessa divina da salvação compreende:
a) a redenção do homem da escravidão do pecado;
b) a restauração da sua comunhão com Deus; e
c) a segurança da vida eterna com o Senhor na glória (Jo 5.24; 10.28,29;
6.37). Qualquer pecador pode ser salvo aqui e agora. Basta apenas arrepender-se
de seus pecados e crer na suficiência da graça manifestada em Cristo
Jesus (Rm 10,8-10)
1 - A promessa através da Bíblia :
A promessa da salvação pontilha as
Escrituras desde Gênesis, seja através dos tipos do Pentateuco, seja através
dos personagens típicos que apontavam para a salvação, ou através dos
conteúdos proféticos que apontavam para o dia em que Cristo nasceria
de uma virgem, concebido pelo poder do Espírito Santo (v.l8; Ml 1.21-23),
Em determinados episódios bíblicos, como por exemplo, o milagroso livramento
de Raabe da destruição das muralhas de jerico(Js 2,1-24: 6.17-25), a
saga do casamento de Rute com Boaz (Rt 4.1-22), o ato destemido de Maria,
viajando nos dias finais da sua gravidez de Nazaré para Belém, em cumprimento
do vaticínio do profeta Miquéias (Mq 5.2), a promessa da salvação é reafirmada
na história humana como um ato soberano da parte de Deus em favor do homem.
É maravilhoso perceber isso em cada parte do Antigo Testamento. É reconfortante
para a nossa fé.
2 - A promessa concretizada :
Antes de descrever o cenário da promessa
da salvação com o nascimento de Cristo, Mateus faz questão de destacar
a sua genealogia, no capítulo primeiro do seu livro, para deixar claro
que esse acontecimento era o fiel cumprimento do que fora várias vezes
reiterado nas profecias do Antigo Testamento. Veja que o próprio Deus
cuidou para que José compreendesse a singularidade daquele evento de tal
maneira que ele soube portar-se com zelo em seu cuidado para com Maria
e em seu amor paternal (v.20).
Cristo, portanto, veio cumprir, na plenitude dos tempos, a promessa da
salvação prefigurada no primeiro sacrifício realizado no Jardim do Éden
e anunciada no primeiro pacto entre Deus e o homem registrado na Bíblia
(Gl 4.4,5). Vale ressaltar, inclusive, que essa promessa fica explícita
na própria anunciação, quando o anjo declara a José: "E ela dará
a luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu
povo dos seus pecados" (v.21). Este é o sentido do vocábulo Jesus.
Ele é a nossa salvação prometida!
1 - O caráter peculiar da promessa :
A divina promessa da salvação não
é um complexo conceito teológico que mais afasta o homem de Deus do que
dEIe o aproxima. Essa promessa tem a ver com o recomeço do relacionamento
com Deus desfeito pelo pecado e o recebimento de todas as bênçãos inerentes
a ela nesta vida e no porvir.
A salvação implica, portanto, viver continuamente na presença de Deus,
experimentar a sua graça aqui e agora e permanecer desfrutando de comunhão
perfeita quando chegarmos ao céu. Desse modo, o contínuo e crescente
relacionamento com Deus é o ponto culminante da promessa da salvação,
Este relacionamento começa a partir do momento em que livremente reconhecemos
a promessa e aceitamos a Cristo como o meio de nossa reconciliação com
Deus (Os 6.3; Rm 5.8-11; 2 Co 5.18,19). É o instante em que somos justificados
(Rm 5.1; 16-19), regenerados (Tt 3.5) e nos tornamos santos, segundo
Deus (1 Co 1.2; Fp 1.1) e, ao mesmo tempo, buscamos, segundo a Palavra,
a santificação diária pelo poder da graça de Deus (Rm 6.1-22; 2 Co 6.14-18;
7.1; 1 Tm 5.22). Fujamos, portanto, de todo e qualquer movimento que
retira a eficácia da maravilhosa promessa da salvação em Cristo para pô-la
em ritos que nada mais são do que fruto de corações vaidosos e arrogantes.
2 - O caráter universal da promessa :
A promessa da salvação foi feita
indistintamente a todos. Esta é a razão pela qual o evangelho precisa
ser pregado a todos os povos (Mt 28.16-20). A universalidade da promessa
não significa, todavia, que todos serão salvos ao acaso. A vontade de
Deus é que todos obtenham a salvação e cheguem ao conhecimento da Verdade
(1 Tm 2.3,4).
O importante é que tudo já está pronto e preparado por Deus, mediante
a encarnação do Verbo Divino e seu perfeito sacrifício expiador, que
não exige de nós nada em troca a não ser a nossa convicta fé nEle, para
a salvação, e como resultado desse ato, vivermos em novidade de vida (2
Co 5.1 7; Rm 6.4).